Corpos velhos – para que servem?

À princípio, a ideia era organizar o acervo de Luis Arrieta. No texto do projeto, havia as frases “pessoas que têm mais experiência”, “pessoas com mais tempo na dança” e, então, ele pensou que deveria ser “velho” mesmo. Por que evitar essa palavra? Do seu acervo para a reunião de bailarinos velhos foi um passo. Um passo e um espetáculo magnífico: Corpos velhos – para que servem?.

Corpos velhos – para que servem? Foto: Silvia Machado/Divulgação.

A primeira apresentação aconteceu na Bienal Sesc de Dança 2023, em outubro passado. Depois aconteceram mais algumas apresentações, dentre elas uma lotada no Theatro Municipal de São Paulo, um prêmio APCA 2023 pelo caminho, e chegamos a duas apresentações no Teatro Paulo Eiró, nos dias 13 e 14 de abril, pelo Abril pra Dança. No domingo, eu estava na plateia.

Em fevereiro de 2010, eu escrevi o breve texto “Do que aprendi com o flamenco”. Eu disse que a grande estrela é a mais experiente e que eu gostaria de ver isso no ballet clássico. O texto termina com a frase “Não há, no mundo, virtuosismo que substitua a experiência”. Catorze anos depois, eu vi isso acontecer diante dos meus olhos.

Nove artistas da dança: Célia Gouvêa, Décio Otero, Luis Arrieta, Lumena Macedo, Marika Gidali, Neyde Rossi, Mônica Mion, Iracity Cardoso e Yoko Okada. A história, a memória, o legado, tudo isso reunido no palco. Cada qual dançando no seu espaço, algumas interações em determinados momentos, músicas sobrepostas, uma iluminação poderosa, com a força e a beleza à altura do que estamos vendo, tudo costurado sem sobras nem faltas. Para fechar, uma plateia encantada e emocionada. Pessoas chorando era a coisa mais comum, eu me desmanchei do começo ao fim. Nos agradecimentos, o teatro em polvorosa, aplausos e gritos efusivos. Um reconhecimento absolutamente merecido.

A soma da idade de todas essas pessoas ultrapassa os 700 anos. Vocês têm ideia da força que isso tem? Especialmente em um mundo onde a juventude é vista como uma bênção, como se ela também não tivesse os dias contados. Ainda mais na dança, em que somos velhos antes mesmo da velhice ser uma realidade.

Assistir a Corpos Velhos – para que servem? foi uma das experiências mais belas da minha vida. Ao fim do espetáculo, eu fui falar com cada um deles. Abracei, peguei na mão, elogiei o quanto podia. Voltei para casa com um sentimento que levarei comigo pelo resto dos meus dias. A sensação de “é isso”, sabe? Dança é isso. 

No fim do mês haverá mais três apresentações, no Centro Cultural São Paulo: 26, 27 e 28 de abril, sexta, sábado e domingo, às 19h. Os ingressos online já estão esgotados, mas 30% deles são reservados na bilheteria. Mais informações, aqui.

Espero que o sucesso e a relevância de Corpos velhos – para que servem? seja um ponto de virada na dança. É essa arte e essa beleza que precisamos mais do que nunca.

Abril pra Dança 2024

Hoje começou mais uma edição do Abril pra Dança, um evento promovido pela Prefeitura da Cidade de São Paulo e realizado pela Secretaria Municipal de Cultura. Entre os dias 5 e 29 de abril, vão acontecer diversas apresentações de dança por diversos espaços culturais de São Paulo.

O tema deste ano é “O tempo do corpo”. Há um tempo definido para o corpo? Há um limite para esse corpo parar de dançar? A história e o início, a memória e o nascimento, da criança ao velho, o corpo dança do momento em que nasce ao instante em que se despede. A programação mostra esses contrapontos, idades, histórias, percursos, jeitos diferentes de viver a dança e dançar a vida. 

Dancemos!

A programação vem a seguir, lembrando sempre que ela está sujeita a alterações.

Ziggy: Um tributo à David Bowie!, Cisne Negro Cia de Dança [dança contemporânea]
Com base na discografia de um dos maiores ícones da música mundial, esta obra é um mergulho interpretativo à genialidade de David Bowie, que o levou a ser único na sua trajetória pela diversidade de suas aptidões artísticas seja como músico, ator, cantor, compositor, instrumentista, produtor, enfim, um ser humano e um artista multidisciplinar e completo na sua criação e atuação.
Coreografia: Mario Nascimento
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos
Dia 5/4, quinta, às 20h | Centro Cultural Santo Amaro, Av. João Dias, 822, Santo Amaro
Dia 10/4, quarta, às 21h | Teatro Paulo Eiró, Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro

Mané Gostoso, Ballet Stagium [dança contemporânea]
Ao realizar uma leitura moderna da cultura popular do Nordeste, a obra é uma homenagem a um dos símbolos do nosso país, o pernambucano Luiz Gonzaga. O espetáculo mistura popular e erudito, apoiado na vigorosa coreografia assinada por Décio Otero, na direção cênica de Marika Gidali e nas músicas gravadas especialmente para o espetáculo pelo conjunto pernambucano Quinteto Violado. O título “Mané Gostoso” é uma alusão ao boneco feito em madeira – brinquedo infantil facilmente encontrado nas feiras nordestinas – que tem pernas e braços movimentados por meio de cordões.
Direção: Marika Gidali
Coreografia: Décio Otero
Classificação: Livre
Duração: 75 minutos
6/4, sábado, às 20h | Teatro Flávio Império, Rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba
17/4, quarta, às 21h | Teatro Arthur Azevedo, Avenida Paes de Barros, 955, Mooca

Da cor de cobre, Clarin Cia de Dança [dança popular]
Uma releitura poética do auto do bumba meu boi, que apresenta estórias encantadas sobre alguns dos personagens existentes nesse folguedo. O auto visto de um lugar mágico, por meio de uma brecha entre o mundo real e encantado. Uma forma de chamar atenção para o folclore nacional e ressignificar essa manifestação popular, que acontece na rua, utilizando os elementos técnicos da caixa-preta para recriar os ambientes mágicos das estórias. Uma homenagem a todos os grupos existentes e resistentes da cultura tradicional brasileira. 
Direção: Kelson Barros
Classificação: Livre
Duração: 75 minutos
6/4, sábado, às 21h, e 7/4, domingo, às 19h | Teatro Cacilda Becker, Rua Tito, 295, Lapa

Tocando os pés pelas mãos, Cia Pé na Tábua [sapateado]
No piano, bateria e sapateado, músicos e dançarinos se encontram para um jogo tão presente na história dessas artes: a improvisação. Por meio de rítmicas brasileiras, de pé para pé, de mão para mão e entre pés e mãos, o público será convidado a vivenciar essa inusitada banda. 
Coreografia: Cia Pé na Tábua
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
7/4, domingo, às 18h | Teatro Flávio Império, Rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba
27/4, sábado, às 20h | Casa de Cultura Freguesia do Ó, Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215

Corpos Frágeis, Fragmento Cia de Dança [dança contemporânea]
O espetáculo coloca em cena a poética do feminino enquanto potência sensível. A pesquisa partiu do livro “Corpos frágeis, mulheres poderosas”, de Maria Martoccia e Javiera Gutierrez, que reúne a vida e obra de nove mulheres, dentre as quais destacamos Frida Kahlo e Virginia Woolf. Em comum, elas foram figuras expoentes de seu tempo, desbravando questões de gênero e enfrentado condições específicas de seus corpos relacionadas a doenças, acidentes, vícios. Em “Corpos Frágeis” não há personagens ou traços específicos dessas mulheres, e sim o interesse em discutir o feminino, considerando fragilidade e força como paradoxos próprios da existência.
Direção e coreografia: Vanessa Macedo
Classificação: 14 anos
Duração: 60 minutos
10/4, quarta, às 20h |  Centro Cultural Penha, Largo do Rosário, 20
11/4, quinta, às 17h | Centro Cultural Vila Formosa, Avenida Renata, 163
14/4, domingo, às 17h | Centro Cultural Olido, Avenida São João, 473, Centro Histórico de São Paulo

Tangos Brasileiros, Danças Polifônicas [dança contemporânea]
Um ritual cênico que recupera as raízes latino-americanas do tango. A partir da leitura do poema “El Tango”, do escritor argentino Jorge Luis Borges, o espetáculo propõe um diálogo entre a dança, a música, as artes visuais e a literatura. O masculino e o feminino irrompem dentro de uma mesma personagem: um só corpo que dramatiza batalhas de amor e loucura. Entre a trilha musical de André Balboni, com tangos brasileiros antigos em diálogo com os argentinos clássicos e modernos, além de tangos contemporâneos do próprio Balboni e a cenografia em vídeo-projeção, a obra explora a intensidade, ruptura, paixão e melancolia dessa musicalidade.
Direção: Sofia Tsirakis e André Balboni
Coreografia: Sofia Tsirakis 
Classificação: 10 anos
Duração: 60 minutos
11/4, quinta, às 20h | Centro Cultural Penha, Largo do Rosário, 20
19/4, sexta, às 21h | Casa de Cultura Freguesia do Ó, Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215

Corpos Velhos – para que servem? [dança contemporânea]
O encontro dos artistas Célia Gouvêa, Décio Otero, Luis Arrieta, Lumena Macedo, Marika Gidali, Neyde Rossi, Mônica Mion, Iracity Cardoso e Yoko Okada reúne no palco uma geração pioneira da dança cênica brasileira. Cada corpo traz sua dança possível cheia dos erros necessários ao saber no tempo e no espaço do eterno presente; a resistência está em permanecer fazendo, por si só ato político poético subversivo. 
Direção: Luis Arrieta 
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
13/4, sábado, às 21h, e 14/4, domingo, às 19h | Teatro Paulo Eiró, Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro

Força Fluída, Cia de Danças de Diadema [dança contemporânea]
Criada especialmente para a companhia pelo coreógrafo Jae Duk Kim, também autor da trilha sonora baseada em cânticos naturais de sua tradição oriental, a obra transita pelo minimalismo dos movimentos que dialogam com a trilha sonora, ora expressando-se com a força de um guerreiro, ora com a delicadeza de uma folha caindo no outono. Qual é a força que flui? O que faz o forte fluir? 
Direção: Ana Bottosso
Coreografia: Jae Duk Kim
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
18/4, quinta, às 20h | Centro Cultural Penha, Largo do Rosário, 20
24/4, quarta, às 21h | Teatro Cacilda Becker, Rua Tito, 295, Lapa

Corpo Instante, Claudia Palma e Marcus Moreno [dança contemporânea]
Claudia Palma e Marcus Moreno levam ao público diferentes abordagens sobre o corpo. “Um Outro Corpo – Desdobramentos” traz um corpo sensível e desperto para a realidade simbólica do mundo interior. Procura investigar questões relacionadas com amor e morte, a partir de imagens corporais carregadas de memória e repletas de sons e silêncio. “Instante-Já” apresenta uma busca inesgotável por tentar capturar o instante dos acontecimentos, produzindo imagens no espaço, ativando memórias e percepções no movimento de encontro com as temporalidades. 
Direção: Claudia Palma
Coreografia: Claudia Palma e Marcus Moreno
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
18/4, quinta, às 20h | Teatro Flávio Império, Rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba
24/4, quarta, às 19h | Centro de Referência da Dança, Galeria Formosa, Baixos do Viaduto do Chá, s/n, Praça Ramos de Azevedo

Aquilo que guardo, Mulher jovem com os olhos fechados e Dança pra Lua, Companhia Jovem de Dança de Jundiaí [dança contemporânea]
Um programa com três obras. “Aquilo que guardo” mergulha no universo poético da cantora Elis Regina com o objetivo de proporcionar uma atmosfera envolvente para o espectador. A voz potente da “pimentinha”, como era conhecida, se une aos movimentos contemporâneos marcados de subjetividade. “Mulher jovem com os olhos fechados” tenta capturar a contradição de sentimentos que Camille Claudel experimentou em vida em um ambiente artístico predominantemente masculino em contraposição à sensualidade, ruptura de padrões, amor ao corpo humano e emoções profundas que ela imprimia de forma única em suas esculturas feitas em mármore ou bronze. “Dança pra Lua” é um espetáculo de sagração deste astro mágico – que brilha na noite e para o qual diversas tradições rendem ritos, cerimônias e homenagens –, a partir de um trabalho coreográfico marcado pela circularidade, repetições, ciclos, mandalas, loopings e espelhamentos, circularidade multidimensional do espaço, do tempo, do ritmo e do movimento, em busca de uma atmosfera cênica que evoca aspectos de delírio e transe, tão presentes nos ritos que celebram os mitos.
Direção: Alex Soares 
Coreografia: Sarah Raquel (Aquilo que guardo), Alex Soares (Mulher jovem com os olhos fechados), Ivan Bernardelli (Dança pra Lua)
Classificação: Livre
Duração: 55 minutos
19 e 20/4, sexta e sábado, às 21h, e 21/4, domingo, às 19h | Teatro Arthur Azevedo, Avenida Paes de Barros, 955, Mooca

Ajeum, Núcleo Ajeum [dança afro]
Ajeum é criar redes em tempo, espaço, tecnologia e fisicalidade. É colocar à mesa um alimento que vem sendo plantado e cultivado, não sozinho, mas em parceria que atravessa fissuras e pele, alcançando cada um sua cosmogonia poética, o princípio, meio e fim do corpo, todos arrebatados por uma tempestade de ambiguidades e provações, tempestades essas conhecidas como Oya. Pousa como uma borboleta e rasga como um búfalo, e eis que a brisa vem.
Direção e coreografia: Djalma Moura
Classificação: Livre
Duração: 45 minutos
20/4, sábado, às 19h, e 21/4, domingo, às 18h | Centro de Culturas Negras, Rua Arsênio Tavolieri, 45, Jabaquara

Senhor Tati, Cia Artesãos do Corpo [dança-teatro]
Um espetáculo para espaços públicos e paisagens urbanas livremente inspirado no universo poético do cineasta francês Jacques Tati, voltado para todas as infâncias e para crianças de todas as idades.
Direção: Mirtes Calheiros 
Classificação: Livre
Duração: 30 minutos
20/4, sábado, às 15h | Praça Comendador Manuel de Melo Pimenta, Vila Madalena

Senhor Calvino, Cia Artesãos do Corpo [dança teatro]
Um espetáculo livremente inspirado no universo poético urbano do escritor italiano Italo Calvino e traz para as ruas a leveza, a imaginação e a poesia, criando cenas cheias de encantos e humor. Voltado para todas as infâncias e para crianças de todas as idades.
Direção: Mirtes Calheiros
Classificação: Livre
Duração: 30 minutos
21/4, domingo, às 10h | Praça Comendador Manuel de Melo Pimenta, Vila Madalena

Le Bizu, Clarin Cia de Dança [dança contemporânea]
Uma obra para dançar o romantismo das músicas de baile das décadas de 1970 e 1980. Com trilha executada ao vivo, o espetáculo reproduz sucessos de Alcione, Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Tim Maia, Peninha, Jane & Herondy entre outros, com charmosos momentos de interação com o público e coreografias cheias de paixão, que narram, por meio das letras, histórias que marcaram momentos da boate Le Bizu, primeira boate da família Prudêncio, em 1974, na cidade de Poção de Pedras, interior do Maranhão. A obra é uma homenagem aos avós do diretor, Kelson Barros, que pensou em realizar um trabalho para ser assistido em família. Um espetáculo para levar os pais e avós, pois é repleto de clássicos da MPB.
Direção: Kelson Barros
Coreografia: Rivaldo Ferreira e Richard Pessoa
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
21/4, domingo, às 15h | Centro Cultural Olido, Avenida São João, 473, Centro Histórico de São Paulo

Corpos de Fronteira, T. F. Cia de Dança  [dança contemporânea]
A obra busca refletir sobre a pluralidade de corpos que colocam em questão tais fronteiras: negros, mulheres, homossexuais, periféricos unem-se por acreditar que juntos as individualidades se potencializam, além de proporcionar microfissuras possíveis para entendimento do mundo hoje. Em tempos de distanciamento social, entendemos o atravessamento dessas fronteiras para além da fisicalidade que separa os territórios. Um anseio pelo encontro, pela possibilidade de reconhecer o próprio corpo como borda e pela experiência (s)cinestésica em ritual de partilha. 
Direção: Igor Gasparini 
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
21/4, domingo, às 16h | Centro Cultural Vila Formosa, Avenida Renata, 163
26/4, sexta, às 19h | Centro Cultural Juventude, Avenida Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila dos Andrades

Mercúrio, Irupé Sarminento e Luiz Oliveira  [dança contemporânea]
Por meio do poema “Fevereiro”, declamado pela própria autora Matilde Campilho, o espetáculo “Mercúrio” é instigado, é provocado a existir e a ser exposto. A obra em cena, uma dança de corpos e intenções múltiplas sobre uma relação de amor com suas inúmeras leituras e possibilidades de existências, seja pelos próprios intérpretes como também pelos olhos externos de quem observa e, por vezes, se envolve.
Coreografia: Henrique Rodovalho
Classificação: 14 anos
Duração: 60 minutos
26/4, sexta, às 19h | Centro de Referência da Dança, Galeria Formosa, Baixos do Viaduto do Chá, s/n, Praça Ramos de Azevedo
28/4, domingo, às 15h | Centro Cultural Vila Formosa, Avenida Renata, 163

Detrás del sur: danzas para Manuel, Sankofa Danzafro
[dança afro]
Diretamente da Colômbia, uma homenagem ao maestro Zapata Olivella a partir de uma de suas obras mais reconhecidas – “Changó, el Gran Putas” – em que se combinam seu gênio criativo e seu meticuloso trabalho de documentação em torno da diáspora afrodescendente no continente americano. O trabalho explora referências emblemáticas que compõem diversos momentos da epopeia em 5 atos dos “filhos do muntu” nas Américas. Dessa forma, presságios temerários, nascimentos milagrosos e rebeliões libertárias são encenados por meio da dança e de uma dramaturgia evocativa e sugestiva, que mistura a dor da miscigenação com a nostalgia do não retorno. 
Direção e coreografia: Rafael Palacios
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
26 e 27/4, sexta e sábado, às 21h, e 28/4, domingo, às 19h | Teatro Alfredo Mesquita, Avenida Santos Dumont, 1.770, Santana

Nas águas do imaginar, Cia de Danças de Diadema [dança contemporânea]
No prólogo, uma trupe de artistas se aproxima da plateia, conversando e cantando com as crianças. Por meio de brincadeiras e música, inicia-se a aventura. Em seu quarto, após a leitura de seu livro, uma criança a sonhar é surpreendida por seres fantásticos que surgem instigando sua imaginação. Na busca pela diversão, a criança vestida de coragem e criatividade esbarra e conhece esses seres diversos que propõem uma viagem ao mundo do imaginar. Buscar o que está do lado de fora ou desbravar seu universo interior? Qual caminho seguir? É com essas perguntas que convidamos todos a viajar por esse universo repleto de surpresas e fantasias.
Direção: Ana Bottosso
Coreografia: Ton Carbones e elenco
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
27/4, sábado, às 16h | Centro Cultural Vila Formosa, Avenida Renata, 163

ELO, T. F. Cia de Dança  [dança urbana contemporânea]
Eu que somado ao outro crio o entendimento de nós: desatados, desacorrentados, mas unidos pelo brincar, pelo mover, pelo afeto. ELO configura-se como uma proposição poética para espaços alternativos que dialoga corpo, arquitetura e público em busca de outro olhar para a cidade, habitando o invisível. Corpos em desvios poéticos que buscam a anarquia dos afetos. Um pulsar pela empatia. Tocar foi, ainda é, e para sempre será, a verdadeira revolução. Nem ele, nem ela. ELO.
Direção: Igor Gasparini 
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
29/4, segunda, às 13h | Praça do Patriarca, s/n, Centro Histórico de São Paulo

A música na história da dança: modos de usar, Tatiana Avanço [palestra]
Tatiana Avanço, pesquisadora de relações entre música e dança, apresenta um panorama da história da dança cênica ocidental com foco nos seus diferentes modos de usar a música. As transformações da história da dança foram acompanhadas por novas maneiras de compor música, de coreografar em relação à música e de colaborar criativamente com músicos. Essas transformações coreográficas e musicais serão demonstradas por meio das danças na corte francesa do século XVII, do balé clássico, da dança moderna estadunidense e das vertentes pós-modernas e contemporâneas estrangeiras e nacionais. 
Classificação: Livre
Duração: 120 minutos
23/4, terça, às 19h | Centro de Referência da Dança, Galeria Formosa, Baixos do Viaduto do Chá, s/n, Praça Ramos de Azevedo

Histórias(s) de Dança(s) em São Paulo Hoje, Henrique Rochelle [palestra]
Quais são os retratos possíveis da dança que acontece em São Paulo hoje? Quem faz e como se faz essa dança? Esses são os pontos de partida da palestra “Histórias(s) de Dança(s) em São Paulo Hoje”, pelo crítico e pesquisador Henrique Rochelle. A partir da pesquisa publicada dentro do livro “Dança Moderna 1992-2022” (org. Cássia Navas), a palestra discute as maneiras de retratar e registrar a memória da dança atual na cidade de São Paulo, e momentos fundamentais desse processo nas últimas décadas, refletindo sobre companhias, grupos e artistas, tendências estéticas, premiações e políticas públicas.
Classificação: Livre
Duração: 120 minutos
25/4, quinta, às 19h | Centro de Referência da Dança, Galeria Formosa, Baixos do Viaduto do Chá, s/n, Praça Ramos de Azevedo

Corpos negros na dança, com Milton Kennedy, Gabb Cabo Verde, Eliana de Santana e Geyssa Alencar [mesa de conversa]
Quem são os bailarinos profissionais na cena da dança? Onde as bailarinas negras e as bailarinos negros estão situados em um meio que, o tempo todo, diz que essas pessoas não “podem” dançar? Para esses artistas, como seguir uma carreira sólida e de sucesso? São essas as questões que serão discutidas por esses renomados profissionais nessa importante mesa de conversa.
Classificação: Livre
Duração: 120 minutos
27/4, quinta, às 19h | Centro de Referência da Dança, Galeria Formosa, Baixos do Viaduto do Chá, s/n, Praça Ramos de Azevedo

Sobre glúteos, cadeiras e histórias, Ouvindo Passos Cia. de Dança  [dança contemporânea]
Quais gestualidades acompanham as oralidades de contadorxs de histórias, poetas populares, familiares, no universo das culturas negras? Coreografar esses gestos é a nossa proposta! A inspiração nasce do livro, “O pensamento sentado: sobre glúteos, cadeiras e imagens”, de Norval Baitello Junior. A investigação completa-se nos repertórios de movimentos oriundos das danças afrobrasileiras que, antes de representar uma codificação preestabelecida, ressignificam linguagens, estéticas e sentidos por meio da dança.
Classificação: Livre.
Duração: 50 minutos
5/4, sexta, e 6/4, sábado, às 19h | Centro de Referência da Dança, Baixos do Viaduto do Chá, s/n

Eu não sou daqui, Carolina Moya [dança contemporânea]
Como habitar o entre? Desenterro e celebro os ossos, enquanto crio e percorro meu caminho… Carolina Moya investiga poeticamente sua própria identidade e corporeidade. Abordando suas travessias e a condição de estrangeira às tradições que pesquisa e com as quais trabalha, o flamenco e as danças tradicionais populares brasileiras, especificamente neste estudo: cavalo marinho, maracatu rural, baião de princesas e bumba meu boi. Técnicas corporais basilares da criação, a partir das quais explora outras corporeidades possíveis.
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
12/4, sexta, 13/4, sábado, às 19h | Centro de Referência da Dança, Baixos do Viaduto do Chá, s/n

Jacking Baile: a Festa, Nós D’água Companhia de Dança [baile]
Um evento com a proposta de experimentar a house dance com música ao vivo, reaproximando o house da sua ancestralidade negra e firmando uma identidade brasileira. A festa premiará o “melhor look” e a “realeza da festa” que se destacará no quesito vibe. Além disso, compõe a programação batalhas de house avançada e iniciante com premiação em dinheiro e intervenção de grupos convidados.
Classificação: Livre
Duração: 4 horas
20/4, sábado, às 17h | Centro de Referência da Dança, Baixos do Viaduto do Chá, s/n

Reencontro e Liberdade + Nossa voz, Dança esportiva em cadeira de rodas, Jogue fora o preconceito e Todos os pingos, uma chuva, com os artistas Leda Maria, Clayton Brasil, Ícaro Rodrigues e Trio As Cadeirudas, Ana Parente e grupo, ReggArte e Cia Soli  [dança contemporânea]
Uma programação com quatro apresentações de artistas, com e sem deficiência, para celebrar a diversidade, a inclusão e o encontro. 
Classificação: Livre
Duração: 180 minutos
27/4, quinta, das 15h às 18h | Centro Cultural Juventude, Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila dos Andrades

Imperadores do Funk e Malokas de SP [funk]
O encontro entre duas cidades: o primeiro grupo de passinho do Rio de Janeiro, os Imperadores do Funk, e um grupo de funk da periferia de São Paulo, o Malokas de SP. Para todo mundo dançar junto!
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos cada apresentação
13/4, sábado, às 16h e 17h | Centro Cultural Olido, Avenida São João, 473, Centro Histórico de São Paulo

Balé da Cidade de São Paulo: Balé – anatomia expandida, Balé da Cidade + Ayodele Cia de Dança
Suíte de Dom Quixote, danças brasileiras e dança contemporânea, EDASP
Programação audiovisual 
[balé clássico, dança contemporânea, danças brasileiras]
Várias atrações em um único lugar: a Praça das Artes. Em “Balé: anatomia expandida”, o Balé da Cidade e a Ayodele Cia de Dança discutem o aprofundamento nas questões técnico-comportamentais que estruturam o uso da técnica do balé clássico como suporte de treinamento dessas companhias. Já os alunos e as alunas da EDASP (Escola de Dança de São Paulo) apresentarão três coreografias, passando pelo balé clássico, dança contemporânea e danças brasileiras. Entre essas apresentações, haverá transmissões audiovisuais de dança em telões instalados na praça.
Classificação: Livre
Conteúdo audiovisual: 12h às 15h, 16h às 17h, 19h às 20h
Edasp: 15h às 16h, aula de aquecimento no palco, aberta ao público, 17h às 18h, espetáculo
Balé da Cidade + Ayodele Cia de Dança: 20h às 21h, espetáculo e conversa com o público
26/4, sexta, a partir das 12h | Praça das Artes, Avenida São João, 281, Centro Histórico de São Paulo

Chegamos aos 15 anos!

No dia 1º de fevereiro, o Dos passos da bailarina chegou aos 15 anos de idade.

“O blog fez aniversário e você não publicou nada, o que aconteceu?” Eu esqueci! Sim, foi isso o que aconteceu. Ando tão atarefada que a data passou como uma nuvem por mim.

Queria tanto ter feito algo especial, porque a data merece. O blog merece. Recebi tanto na vida por causa dele, coisas que jamais poderia imaginar. Sabe quando você planta as sementes por tantos anos e, um dia, o seu jardim amanhece todo florido? Foi assim.

Não vou fazer uma retrospectiva de tantos aniversários, para não cansar ninguém, quem tiver curiosidade, eles estão todos reunidos aqui.

Se falhei no começo do mês, resolvi me redimir em um dia que só acontece de quatro em quatro anos: 29 de fevereiro. Para mostrar que fazer 15 anos têm a sua magia.

Para comemorar, escolhi uma variação linda, a “Variação de Aurora”, do primeiro ato de A Bela Adormecida, que traz algumas coisas das quais sempre defendi. Quem lê o blog há anos reconhecerá o principal: o arabesque a 90 graus. Para mim, a perfeição. Acho lindo sempre sempre sempre.

Feliz aniversário, Dos passos da bailarina. A minha vida é mais bonita graças a você.

The Sleeping Beauty – Aurora’s Act I variation (Fumi Kaneko; The Royal Ballet)
(
A Bela Adormecida – Variação de Aurora do Primeiro Ato)